“A DECIR LA VERDAD ES QUE SEXO Y DEFICIENCIA YA SON TABÚES, MISMO
CUANDO TRATADOS DE FORMA AISLADA. JUNTOS, SE TRANSFORMAN EN TEMAS CASI
PROHIBIDOS”
Este es un artículo que leí en el sitio de
la http://revistatrip.uol.com.br . Por Mara Gabrilli.
Me encantó el abordaje leve, lleno de
gracia con una pasión por la vida, por eso decidí compartirlo aquí. El relato
de la experiencia de una mujer que fracturó el cuello, quedando paralítica de
ahí para bajo. Para sacarse la gran duda de si todavía podría practicar sexo,
resolvió hacerlo con su novio en la UTI.
Si no logras entender el texto que está en
portugués, sugiero que vayas a la barra al lado derecho de la pantalla donde
dice “TRADUCTOR DE TEXTOS”. Elija el idioma que desees leer.
Assim que quebrei o pescoço, uma de minhas
maiores preocupações era a de não poder fazer mais sexo. Aliás, não voltar a
ter prazer é um assunto que aflige muita gente que se depara com uma
deficiência. Comigo não foi diferente. Por isso, na dúvida, quis tirar a prova
rápido. Fiz sexo na UTI.
A relação aconteceu durante uma das
primeiras visitas de Paulo, que era meu namorado na época e a mesma pessoa que
dirigia o carro quando sofri o acidente. Rolou na cama hospitalar, numa espécie
de biongo cuja única privacidade se dava por um cercadinho de cortinas. Na
ocasião, pedi para que ele me tocasse lá embaixo. E depois de muita insistência
de minha parte, e já tomado de um misto de medo e tesão, ele começou a me
beijar enquanto me tocava por debaixo do lençol.
Na mesma hora, percebi que estava molhada, e que era capaz de sentir
suas mãos de uma forma nova. As sensações internas estavam todas ali e o mais
surpreendente é que eu reconhecia o meu próprio cheiro, o que me deixava ainda
mais excitada. Naquela tarde eu vi que podia continuar a ter prazer, mesmo sem
os movimentos do pescoço para baixo.
Passados mais de vinte anos desse
episódio, as pessoas ainda se mostram surpresas ou chocadas com essa história.
A verdade é que sexo e deficiência já são tabu, mesmo tratados isoladamente.
Juntos, viram assunto quase proibido.
No filme As
Sessões, um homem que teve poliomielite quando
criança, tendo vivido a maior parte de sua vida em um pulmão de ferro, resolve
perder a virgindade aos 38 anos, contratando uma terapeuta sexual. A trama é
baseada em uma história real e ainda envolve os curiosos conselhos de um padre.
A abordagem é leve e retrata o sexo e a deficiência de uma forma quase natural,
como deveria sem qualquer situação.
Fico pensando em quantas pessoas com deficiência,
por medo ou preconceito, se privam de ter prazer e acabam vivendo uma realidade
totalmente condicionada pela falta de movimentos. Existem certas crenças que
ajudam a reforçar esses medos, desencorajando quem tem deficiência e potenciais
parceiros.
Quem nunca ouviu aquela história de que todo o organismo do homem
cadeirante desliga e fica assim para sempre? Ou que mulheres com deficiência
não podem ter orgasmo, tampouco engravidar? Isso não é verdade para ninguém.
Aliás, a cadeira muitas vezes pode ser apetrecho para uma fantasia, já que ter
relações com uma pessoa na cadeira de rodas foge à regra de estar na maioria
das vezes deitado. Além disso, ninguém precisa ser maratonista para fazer sexo.
A disposição para tal só precisa estar na cabeça para irradiar ao resto do
corpo.
Tudo que sinto hoje, sinto de outro jeito.
São outros nervos que me trazem essa informação. É curioso, mas também não é
regra para ninguém. O que importa é que a intensidade do prazer não muda.
Aliás, até pode mudar se a gente quiser melhorar. Mas isso vale para tudo que
experimentamos na vida.
Sexo
é inerente ao ser humano. É um prazer na vida que em qualquer situação faz bem.
O único segredo está em não se prender a parâmetros. E quando percebi que
isso era algo que não estava perdido em minha vida, todo o resto passou a ser
resto.
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